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Título: O PRONAF como meio de empoderamento da mulher rural - uma análise da participação feminina e da influência da mediação no Estado do Espírito Santo.
Autor(es): SILVA, A. M. da.
Alessandra Maria da Silva, Incaper.
Palavras-chave: Espírito Santo (Estado)
PRONAF
Mulheres rurais
Gênero
Desenvolvimento Rural
Crédito Rural
Mediação
Política pública
Trabalho
Família
Mulher
Feminismo
Empoderamento
Agricultura familiar
Data do documento: 19-Ago-2019
Editor: Campos dos Goytacazes, RJ : UENF, 2019.
Descrição: A divisão sexual do trabalho estabelecida na organização tradicional das famílias rurais reserva o trabalho na atividade agrícola comercial ao homem, e às mulheres, os trabalhos domésticos e do entorno, considerados como ajuda e sem remuneração, sendo invisíveis aos olhos da família e da sociedade. O Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf) apresenta como um de seus propósitos o financiamento agropecuário para ampliar a produção e renda das famílias. No caso das mulheres, o programa prevê a priorização desse público, como forma de favorecer o desenvolvimento da sua autonomia. A mediação tem importante papel no processo, na informação, na orientação da aplicação do crédito, na mediação de conflitos, bem como na assistência técnica. Este estudo teve como objetivo analisar os efeitos do acesso ao crédito Pronaf por mulheres agricultoras para sua autonomia econômica e a influência da ação dos mediadores no processo de empoderamento. A pesquisa empírica do tipo qualitativa foi realizada nos municípios de Nova Venécia e de Rio Bananal, no estado do Espírito Santo, durante os anos de 2016 e 2017. Foram identificadas 265 mulheres tomadoras de crédito Pronaf entre os anos de 2013 a 2016. Calculou-se uma amostra representativa de 55 mulheres, que foi submetida a um roteiro de entrevista semiestruturada, abordando, entre outras questões, as relações familiares, o processo decisório, a experiência com o Pronaf e os fatores de mudança. Foram entrevistados, também, 30 mediadores diretos (extensionistas rurais; consultores; agentes bancários), quanto ao processo de elaboração dos projetos de crédito, de assistência técnica e o papel da mediação; e cinco lideranças de organizações rurais (Sindicatos, Cooperativas e Movimento de Mulheres Camponesas), que foram questionadas sobre seu papel no processo de mediação. As entrevistas foram transcritas, sistematizadas e submetidas à análise de conteúdo. A maioria das mulheres não acessou o Pronaf com o propósito de financiamento da atividade de sua escolha, mas para atender a uma necessidade do homem, que se manteve como gestor da atividade e da renda. As mulheres que apresentaram total autonomia foram aquelas que não possuem companheiro e não convivem com homens na família. A mediação direta não se envolve com as questões de gênero, se responsabilizando apenas pela operacionalização do crédito, para atividades tradicionais e dentro da visão produtivista. As lideranças das organizações sociais não se envolvem com o Pronaf. O desenvolvimento de atividades não agrícolas contribuiu para o aumento da autonomia financeira das mulheres, mas o empoderamento econômico, social e político ficaram prejudicados pelas relações desiguais de gênero presentes nas famílias e na própria sociedade, incluindo a ação dos mediadores. The sexual division of work in the traditional organization of the family farmings reserves the labor in the commercial agricultural activity to the man, and the housework to the women, considered as aid and unpaid, being invisible in the eyes of the family and the society. The National Program for Strengthening Family Farming (Pronaf) presents as its purpose the agricultural financing to increase the production and income of rural families. For women, the program foresees prioritization, as a way to favor the development of its autonomy. The mediators play an important role in the process, in information, in the application of credit, in conflict mediation, as well as in technical assistance. This study aimed to analyze the effects of access to Pronaf by women farmers for their economic autonomy and the influence of mediators in the process of empowerment. The qualitative empirical research was carried out in the municipals of Nova Venécia and Rio Bananal, in the state of Espírito Santo, Brazil, between 2016 to 2017. A total of 265 women who access Pronaf credit were identified between the years of 2013 and 2016. A representative sample of 55 women were assessed. They were submitted to a semi-structured interview script, addressing family relations, decision making, experience with Pronaf and the factors of change. In addition, 30 direct mediators (rural extension agents, consultants, bank agents) were interviewed regarding the process of elaborating credit projects, technical assistance and the role of mediation; and five leaders of rural organizations (rural unions, cooperatives and women's movements), who were also questioned about their role in the mediation process. The interviews were transcribed, systematized and submitted for content analysis. Most of the women did not access to Pronaf with the purpose of financing the activity of their choice, but to attend to a need of the man, who remained as manager of activity and income. The women who presented total autonomy were those who did not have a partner and did not live with men in the family. Direct mediation is not involved with gender issues, being responsible only for the operationalization of credit, for traditional activities and within the productivist vision. The leaders of social organizations do not get involved with Pronaf. The development of non-agricultural activities contributed to women's increased financial autonomy, but economic, social, and political empowerment were hampered by unequal gender relations in families and in society itself, including mediators.
URI: http://biblioteca.incaper.es.gov.br/digital/handle/123456789/3746
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